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Culturas de inverno – Principais espécies e vantagens do sistema

Atualizado: 21 de jul. de 2023

Culturas de inverno são aquelas cultivadas entre os meses de janeiro/fevereiro até setembro/outubro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. São levadas ao campo após a colheita da cultura de verão, principalmente soja e milho.

Existem diversas opções de espécies a serem implantadas, com uma variedade de características fisiológicas. Em linhas gerais, em função das condições climáticas mais frias e secas, a cultura escolhida deve apresentar características de desenvolvimento compatíveis com essa condição.


O que plantar no inverno no Sul?

Na região Sul do Brasil, as principais espécies cultivadas no outono/inverno são as gramíneas trigo, aveia, centeio e milho.

Plantação de trigo

Plantação de trigo. Fonte: Wikifarmer.com

Plantação de aveia

Plantação de aveia. Fonte: No-till farmer

 

A cultura do milho é tradicionalmente cultivada na sucessão da primeira safra de soja, o que conhecemos hoje como segunda-safra, a antiga “safrinha”. Apesar dessa sucessão soja-milho ser a mais comum, alguns estados da região Sul oferecem condições de clima e solo para outras gramíneas, como o trigo, aveia, centeio, triticale, cevada. Vale lembrar que para se escolher a espécie a ser cultivada, vários pontos devem ser levados em consideração, à exemplo do clima, solo, equipamentos disponíveis e, a própria atratividade financeira do produto comercializado.


No momento da escolha, deve-se ter em mente que qualquer uma das espécies irá apresentar pontos positivos e negativos ao plantio, sendo importante avaliar o custo-benefício da operação tanto para a cultura em desenvolvimento quanto para a cultura sucessora.

Plantação de milho

Plantação de milho. Fonte CNA

 

O que plantar no inverno no Sudeste?

Para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde as temperaturas são mais elevadas do que na região Sul, mesmo no inverno, existem opções de gramíneas e de leguminosas para cultivo no inverno.

Em relação às gramíneas, além do milho que é muito cultivado na região, a cultura do trigo apresenta-se como uma boa opção em função do melhoramento genético imposto à espécie, possibilitando seu cultivo nas condições de clima e solo do Cerrado. A atratividade financeira da espécie se dá pela constante demanda interna do produto, suprida, em maior parte, pela produção argentina.

Quanto às leguminosas, podemos citar o feijão, feijão-guandu e as crotalárias. Além das gramíneas, representantes de outras famílias, como o girassol, a canola e o nabo-forrageiro são opções para o inverno.

Plantação de crotalária

Plantação de crotalária. Fonte: Atto sementes

Plantação de guandu

Feijão guandu. Fonte: EMBRAPA

 

Benefícios das culturas de inverno


Além do retorno financeiro com a exploração da área em um período que ficaria sem cultivo, existem muitos benefícios ao solo, que são observados nas culturas sucessivas e, até mesmo, ao longo de anos. Uma outra forma de utilizar as espécies cultivadas no inverno é como cultura de cobertura, ou seja, quando o objetivo não é a colheita para comercialização.

As braquiárias, por exemplo, são gramíneas cultivadas no inverno com o objetivo de produzir palhada e aumentar os teores de matéria orgânica nos primeiros centímetros do solo, pois apresentam rápida formação de cobertura vegetal e uma palhada que permanece mais tempo no solo, em função da alta relação entre Carbono e Nitrogênio (relação C/N). Com suas raízes profundas, atuam também na melhoria das características físicas do solo. Para produtores que integram a produção pecuária à atividade agrícola, existe ainda a possibilidade de se produzir alimento aos animais.

braquiária

Cultivo de soja sobre palhada de braquiária. Fonte: EMBRAPA

 

O manejo nutricional do solo também é favorecido pelos cultivos de inverno. Enquanto as gramíneas, como braquiária, atuam na ciclagem de nutrientes, as leguminosas, como a crotalária  e o feijão-guandu, atuam na fixação biológica de Nitrogênio.

Em relação ao manejo sanitário das culturas, algumas das espécies cultivadas no inverno atuam quebrando o ciclo de pragas como insetos, nematóides e patógenos. Esse processo apresenta melhores resultados quando as espécies cultivadas no inverno são de famílias diferentes daquelas cultivadas no verão.


Por fim, uma palhada de qualidade favorece a biota do solo, servindo como fonte de alimento para microrganismos benéficos. Entre outras vantagens, pode-se observar que áreas de produção nas quais as culturas de inverno são planejadas e conduzidas de maneira adequada apresentam maior equilíbrio e resiliência no caso de situações extremas, como veranicos.

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