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Cuidados para a safra: Desafios que o La Niña trará

Atualizado: 24 de jul. de 2023

Dados do Departamento de Meteorologia da Universidade de Colúmbia nos Estados Unidos, apontam para a ocorrência do La Niña no segundo semestre de 2020. No entanto, seus  efeitos já estão sendo percebidos no Brasil, e podem afetar diretamente a safra 2020/2021. Para tranquilizar o produtor, separamos as principais informações para que a produção e produtividade não sejam afetadas pelo fenômeno.


O que é La Niña?

É um processo natural de esfriamento das águas do Oceano Pacífico, que ocorre a cada três ou sete anos, e afetam todo o continente americano. Seu ciclo dura entre 9 a 12 meses e atinge seu potencial máximo durante os meses de novembro a fevereiro. A ocorrência do La Niña altera os padrões de circulação atmosférica afetando principalmente a temperatura e a distribuição das chuvas.


Quais seus efeitos diretos?

Os efeitos do La Niña ocorrem de formas diferentes nas regiões do Brasil. No sul, o fenômeno reduz o volume de chuvas e aumenta o risco de estiagens. Este fato pode causar quebras significativas nas lavouras de milho e soja nos estados desta região. Já para os fruticultores, a baixa de temperatura traz benefícios, pois mantém o índice de sacarose mais elevada nos frutos. Para os produtores do sudeste, nordeste e centro oeste, as previsões são mais animadoras. Nestas regiões, as temperaturas mínimas e máximas ficam mais baixas e as amplitudes térmicas maiores (dias mais quentes, noites mais frias). Além disso, as chuvas são mais frequentes e duradouras, o que favorece o desenvolvimento dos cultivos de grãos.

Como vencer os desafios?

Apesar do fenômeno atuar de forma diferente nas regiões do Brasil, todos os produtores devem se preparar para a chegada do La Niña. Abaixo separamos os pontos principais para redobrar os cuidados para a safra.


Planejamento:

O planejamento é essencial em toda a safra, e em períodos como o La Niña é aliado dos produtores, reduzindo a ocorrência de perdas. Planejar permite que os cuidados sejam tomados de uma forma muito eficiente e no momento mais adequado. Além disso, ao realizar o planejamento prevendo a ocorrência de fenômenos climáticos, todo o processo de compra de insumos é otimizado. Por exemplo, em períodos de seca é possível reduzir as aplicações de defensivos para pragas e doenças. Já nas regiões com muita chuva, a necessidade de aplicações pode aumentar. Falaremos mais sobre isso ao longo do texto, mas o importante é entendermos que planejar torna os manejos mais eficientes e reduz custos desnecessários.


Solo:

Deve ser pouco movimentado, para que se evite a perda de água por evaporação, reduza a matéria orgânica e os agregados do solo. Essas estruturas retém a água por mais tempo, o que permite que a planta tenha mais tempo para absorvê-la. A recomendação deve ser praticada tanto por produtores do sul quanto nordeste, centro-oeste e sudeste. Pois, mesmo com abundância de chuvas o solo precisa estar apto a manter a água disponível por mais tempo. O excesso de água no solo, causa doenças nas raízes das plantas, sendo o principal exemplo, a podridão da raiz. O patógeno causa apodrecimento das sementes, morte das plântulas, redução do crescimento e morte de plantas, em qualquer fase do desenvolvimento. Pode afetar reboleiras ou extensas áreas do consultivo, o que leva a necessidade de replantio ou a redução da produção.


Adubação:

Tanto no caso das áreas com previsão de estiagem, quanto as chuvosas é importante tomar cuidado com a adubação. Os nutrientes devem ser aplicados no solo de acordo com a recomendação da análise de solo. Na falta de água os nutrientes são absorvidos em menor quantidade pela planta. Já no excesso de água, existe perda excessiva por lixiviação. Por isso, a melhor solução é parcelar as aplicações, principalmente de nitrogênio.


Semeadura:

O planejamento da semeadura é muito importante no planejamento da safra, e é crucial nos períodos de La Niña. Para a região sul, é importante não ter um número de população de plantas alto, poderá ocorrer competição por água, e reduzir a produtividade. Neste caso, o produtor deve usar espaçamentos maiores entre as plantas. Para os produtores do nordeste, centro-oeste e sudeste a recomendação é deixar os equipamentos da semeadura prontos. Como a previsão é de chuvas, é preciso esperar dias de sol para semear, e quando este momento chegar, o maquinário precisa estar regulado para que a semeadura ocorra de forma rápida e eficiente.


Cultivar:

Para os estados do sul é recomendado utilizar cultivares que sejam tolerantes a seca e com raízes profundas, que aumentam a possibilidade de encontrar água disponível. Usar sementes que tenham germinação rápida (alto vigor) reduz a possibilidade de falhas no cultivo. Para as regiões que irão receber chuvas mais abundantes, deve utilizar cultivares que apresentem resistência a doenças. A alta umidade favorece o desenvolvimento de patógenos, que podem ocorrer na parte aérea ou nas raízes, em todas as fases do cultivo.

Recomendações:

Também separamos algumas recomendações pontuais para os produtores de soja, milho e algodão, que irão auxiliar na tomada de decisão no período do La Niña.


Soja:

Como a semeadura irá ocorrer em condições não ideais de umidade (ou baixa ou alta) é recomendado realizar tratamento da semente com fungicidas. O manejo possibilita na economia de sementes e reduz a necessidade de ressemeadura, pois também auxilia na manutenção da população das plantas. Deve ser tomado um cuidado especial com os nematoides, pois, quando a planta de soja fica fragilizada é mais suscetível ao ataque dos vermes. Por isso, a recomendação é realizar um controle efetivo dos nematoides na área.


Milho:

Os cuidados com os efeitos do La Niña devem ser tomados na safra e safrinha. O milho é uma planta que sofre muito com a estiagem, por isso utilizar sistema de irrigação, quando possível, é recomendado. Aumentar a janela de plantio, com mais tempo para encontrar a umidade ideal para plantio, favorece a germinação e reduz a incidência de doenças.


Algodão:

No período da formação das maçãs a planta não deve sofrer com a falta de água. Neste período, a planta aloca a sua energia para a forma da pluma e por isso, sem água, a produtividade da lavoura ficará baixa. O produtor deve atentar para não realizar o plantio tardio, e estar preparado no momento que o tempo de estabilizar.

 

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