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Preparativos para a colheita do algodão

Atualizado: 24 de jul.

É esperado que a safra 2020 do algodão atinja um novo recorde de produção, chegando a 7,1 milhões de toneladas em caroço produzidas, com um crescimento de 2,7% em comparação com 2019, segundo dados do IBGE. A área plantada nesta safra foi cerca de  1,7 milhão de hectares. Os dados mostram a relevância da cultura em produção e salientam a necessidade do uso dos manejos corretos durante a produção. A safra 2020 do algodão está se encaminhando para o período da colheita e neste artigo, separamos o que o produtor precisa saber para estar bem preparado.


1. A escolha das variedades e sua importância na colheita

A escolha da variedade não deve ser feita só pela sua produtividade. Uma boa colheita, se inicia no planejamento da safra e leva em consideração as características da variedade produzida. Essas características fazem parte da arquitetura da planta e levam em consideração seu ciclo de desenvolvimento, porte, estrutura e maturação dos frutos. De regra geral, quanto às características da planta que tornam a colheita mais eficiente são ciclo precoce, maturação uniforme e estrutura compacta. Além disso, a semeadura em linha reta é um importante manejo que deve ser realizado na implantação da cultura pois auxilia no desempenho da colhedora. Em geral, o espaçamento nas entrelinhas varia de 0,38 a 1,0 m.


2. Uso de reguladores de crescimento e desfolhadores

O uso correto destes produtos pode determinar o sucesso da colheita, pois as plantas precisam se adequar ao processo mecanizado. Plantas com altura entre 1 a 1,30 m, facilitam a colheita mecanizada da lavoura e reduzem as perdas. Os reguladores de crescimento irão, como já diz o nome, regular o crescimento da planta. Seu uso reduz o tamanho das plantas, pois atua nos internódios, no número de nós, tamanho dos ramos vegetativos e diretamente na altura da planta. No entanto, o produto deve ser aplicado no momento certo para que não ocorra redução drástica na produção.

Quando a colheita é realizada na presença de folhas, as fibras podem ser danificadas pela maior umidade, além de poder causar manchas. Neste caso, o uso de desfolhadores é indicado, pois irão causar a queda das folhas e facilitar a colheita. Devem ser aplicados quando 60 a 70% das plantas já estiverem com os capulhos abertos e sua queda se inicia de 7 a 15 dias após a aplicação.


3. Fatores climáticos

Esse é um dos pontos de maior atenção no momento da colheita. Fatores como temperatura, umidade relativa do ar, precipitação pluvial, radiação solar exercem influência direta na colheita. Chuvas excessivas e pouca incidência de sol, prejudicam a qualidade dos frutos e reduzem a qualidade do algodão. Secas prolongadas na primavera, falta de chuva no verão e queda de temperatura influenciam diretamente na colheita. Já temperaturas muito elevadas durante o outono, podem acelerar a maturação e as fibras irão perder a qualidade.


O recomendado é que a colheita ocorra quando os frutos estiverem com cerca de 12% de umidade e com 90 a 95% dos capulhos abertos. Deve ocorrer nas horas mais quentes do dia, onde a umidade estará menor, o que facilita a limpeza dos fusos, principalmente se o algodão não estiver desfolhado. Se a lavoura estiver com presença de orvalho deve-se aguardar que seque antes de iniciar o processo da colheita. Se o algodão estiver com alto teor de umidade, a fibra fica prejudicada pois, durante o transporte, o algodão se acomoda em blocos e rolinhos compactados e durante o beneficiamento a fibra pode quebrar.


4. Plantas invasoras

As plantas invasoras quando presentes na colheita, reduzem consideravelmente a qualidade do produto. As fibras do algodão apresentam a forte característica de aderência e quando durante a colheita, plantas invasoras também entram na máquina ocorre uma contaminação por frutos, sementes e folhas. As estruturas se ligam nas fibras, reduzem sua qualidade e seu preço no mercado. Alguns exemplos de espécies invasoras são: jitirana (Ipomoea sp.) e a corda-de-viola (Merremia sp.), que se entrelaçam nas plantas de algodão e dificultam a colheita tanto mecanizada quanto manual; e capim- colchão (Digitaria sanguinalis), capim-carrapicho (Censhrus echinatus), picão- preto (Bidens fubosa) e caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus) que se aderem a fibra e prejudicam o rendimento da colheita. Para controle das invasoras é recomendado o uso de herbicidas no pré-plantio, pré-emergência, pós-emergência e na dessecação em pré-colheita.  (clique aqui para saber mais sobre Invasoras)


5. Ajuste do maquinário

No cultivo do algodão são utilizados dois tipos de maquinário, o de fuso que retira apenas o algodão em caroço e o sistema de roldanas que retira os capulhos inteiros. O sistema de roldanas oferece o maior rendimento, mas é o que deixa mais resíduos. A perda pela colheita mecanizada gira em torno dos 15% a 17%, já na colheita manual a taxa fica em 5%. No entanto a colheita mecanizada é muito mais vantajosa, pois reduz os custos operacionais, melhora a qualidade, é mais rápida e otimiza as operações de recepção e pesagem do produto colhido. A regulagem da altura da colheita dos tambores evita que a pluma seja contaminada por terra. A velocidade de operação da máquina também influencia na colheita, sendo que faixas de operação de até 4 km/h possibilitam níveis mais baixos de perda de algodão.

 

Leia mais:

Como controlar a taxa de crescimento do algodão

Algodão: Pragas finais


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