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O que você precisa saber sobre o manejo do Percevejo Castanho

Atualizado: 25 de jul. de 2023


Percevejo-castanho-da-raiz (Scaptocoris castanea) é um inseto que apesar de ter ocorrência em todo Brasil, no entanto, tem causado frequentes danos a lavoura da região dos cerrados. Essa praga aparece devido ao período chuvoso. Muitos produtores tem dificuldades de identificá-lo, pois o inseto se aprofunda no solo e no momento do plantio pode estar em profundidades superiores a 30cm.


É uma praga polífaga, isto é, pode atacar diversas culturas como sorgo, milho, soja, algodão e pastagens.

De acordo Lúcia Vivan, entomologista da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, a condição de ocorrência do percevejo – castanho-da-raiz pode ter erros. “Quando esse inseto aparece na fase em que a planta já tem uma quantidade de raízes que toleram o ataque, os danos da planta não são percebidos. Isso dificulta a identificação do inseto e contribui para o a manutenção de sua incidência na lavoura de soja”.


Acompanhar o histórico de ocorrência dessa praga nas áreas, fazer monitoramento através de covas com medidas de 30x30x50 cm de profundidade, analisar a presença da população do percevejo-castanho-da-raiz no solo, ficar atento com a revoada dos insetos adultos são medidas que ajudam no controle dessa praga.

ovos de percevejo

“Não tem como ter sucesso na safra sem fazer monitoramento da lavoura. Não há receita de bolo como também não há como afirmar com certeza qual será a praga que mais vai ocorrer na próxima safra. Monitorar sempre é o melhor caminho para controlar os ataques de pragas e não ter perdas de produtividades”, orienta a pesquisadora.


Outra recomendação da entomologista é a rotação de modos de ação dos produtos químicos e do manejo de pragas. O uso contínuo do mesmo princípio ativo diminui a eficácia do controle. Segundo a pesquisadora é importante fazer aplicação para percevejos e também rotação. “E o monitoramento tem que ser feito constantemente e em toda fase de crescimento da planta. Se deixar para fazer o monitoramento somente quando o inseto ocasionar dano a cultura e essa população estiver em alta incidência pode correr risco de não conseguir fazer o controle de forma que proteja a cultura”.


O uso de cultivares resistentes as pragas também é apontado pela pesquisadora como uma das alternativas para o controle de pragas. Mas Lúcia alerta “uma variedade pode ter resistência a determinada praga e não ter para outra, então o produtor tem que ficar bem atento e, repito, monitorar sempre”.


A rotação de culturas mostra alguma eficácia no manejo desta praga, porém, devido ao seu hábito polífago, o atual sistema de sucessão soja e milho safrinha contribui com a praga, pois oferece alimento quase o ano todo. Mesmo restringindo o alimento ao inseto na entressafra, pode não haver o efeito esperado, pois dependendo da região, se houver pouca chuva na entressafra, os percevejos se aprofundam no solo. O mais recomendado é deixar a área em pousio em um período em que ainda houver umidade na superfície do solo e sem a presença de plantas daninhas ou leguminosas, como por exemplo, guandu e mucuna.



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