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Conheça e decida: como realizar a destruição da soqueira do algodão?

Atualizado: 24 de jul. de 2023

A destruição da soqueira do algodão (raízes e talos) é uma prática fundamental na cotonicultura e deve ser realizada logo após a colheita.

Como a planta de algodão apresenta o ciclo perene, continua se desenvolvendo e pode causar danos ao cultivo posterior, por exemplo, a soja.


A destruição da soqueira também evita que pragas e doenças se desenvolvam na área e causem prejuízos ao cultivo posterior ou as novas safras de algodão. A prática possibilita a redução de mais de 70% da população dos insetos praga que poderiam sobreviver no período da entressafra.


Tamanha é a importância deste manejo, que a Portaria Ministerial nº77 de 1993, torna como obrigatória a destruição das soqueiras, por ser essencial no vazio sanitário, além de beneficiar todos os produtores uma região. Atualmente cada estado produtor apresenta leis específicas que regulamentam a prática. Caso o agricultor não realize o manejo pode sofrer penalidades como multa e supressão de incentivos fiscais.

Escolher o melhor manejo para a destruição da soqueira, é fundamental, e por isso, separamos as principais características para auxiliar na tomada de decisão.


Manejo Químico

É o método mais utilizado entre os cotonicultores. Realizado com o uso de herbicidas, o glifosato ou o 2,4-D, utilizados de forma isolada ou associada, em aplicação única ou sequencial. Os dois produtos possuem ação sistêmica dentro das plantas, ou seja, depois de absorvidos são facilmente transportados pela planta, e alcançam as partes vegetativas em todos os pontos. O glifosato não apresenta ação quando em contato com o solo, enquanto o 2,4-D pode ser absorvido pelo sistema radicular por até 20 dias após sua aplicação. Para as variedades que apresentam resistência ao glifosato, a opção química é o 2,4-D.


No método químico, normalmente as plantas de algodão são primeiramente roçadas e trituradas, e depois recebem uma ou mais aplicações de herbicidas. Quando a aplicação de herbicidas é realizada com foco no controle da rebrota, eles só devem ser aplicados quando os restos culturais apresentarem área foliar que permita a absorção de herbicidas. No caso do uso de 2,4-D, que é um herbicida sistêmico, esse tem sido aplicado imediatamente após o uso da roçadeira ou do triturador, objetivando a absorção do herbicida na lesão ocasionada pelo corte da planta.


Método Cultural

O cultivo de algumas espécies em sucessão ao algodoeiro é uma estratégia que auxilia no controle da rebrota e inibe o desenvolvimento inicial de plantas sobreviventes de algodão. Esse manejo é possível na cultura pois, o processo de germinação de algodão praticamente não é influenciado pela luminosidade. No entanto, após sua emergência o algodoeiro necessita de luminosidade para se desenvolver.


Se não encontra as condições favoráveis de luminosidade, reduz sua capacidade fotossintética e aborta as suas estruturas reprodutivas. Cultivar espécies em sucessão é uma ótima alternativa para reduzir a capacidade de rebrota da soqueira do algodão. Mas é importante que a espécie que será cultivada apresente rápido crescimento inicial, para fechar as entrelinhas e gerar maior sombreamento. A soja, por exemplo, cumpre muito bem esse papel. O manejo cultural deve ser utilizado em consórcio com outros métodos (químico e/ou cultural), pois se realizado de forma isolada, apresenta pouco resultado.


Manejo Mecânico

Nesse método são utilizados implementos agrícolas para que os restos culturais sejam roçados e triturados. De forma geral, essa é a primeira etapa da destruição dos restos culturais, independente do procedimento que venha ser utilizado. O manejo mecânico tem como objetivo cortar ou fragmentar a parte aérea das plantas, de modo a propiciar melhor desempenho das outras estratégias de destruição. Neste método são utilizados equipamentos tradicionais de preparo do solo, como arados, grades aradoras ou grades niveladoras. Existem também equipamentos desenvolvidos especificamente para a destruição da soqueira do algodão, como arrancadores e cortadores compostos por diferentes formas e arranjos de discos (veja a seguir).


Um ponto muito importante no uso do manejo mecânico, é quando são utilizados implementos tradicionais, existe excessiva movimentação de desagregação do solo. Este manejos contrariam os princípios do plantio direto e podem ser prejudiciais para a camada de solo, auxiliando nos processos de erosão do solo. Por isso, a melhor forma de realizar a destruição da soqueira do algodão é integrando os métodos (químico, cultura e mecânico) e assim preservar o solo e garantir uma melhor produtividade para o algodão e cultivos em sucessão.


Equipamento certo

A escolha do equipamento que será realizada a destruição dos restos vegetais é importante para a eficiência do manejo. Separamos algumas opções que são recomendadas para a destruição da soqueira, para que o produtor possa escolher o que mais se adequa às condições de seu cultivo.


Roçadeira ou triton + grade aradora: utilizada por produtores que cultivam grandes áreas. O objetivo de utilizar estes equipamentos em consórcio é cortar e estraçalhar os restos vegetativos, a parte aérea das plantas, a partir da altura de 15 a 20 com e facilitar a incorporação dos restos culturais no solo.


Matabrotos-algodão: Exige que as plantas estejam previamente roçadas, atua no perfil do solo, a uma profundidade entre 20 e 35 com, cortando a raiz pivotante do algodoeiro e desestabilizando as secundárias, deixando as plantas soltas na sua posição original. Ao cortar as raízes, o fornecimento de água e nutrientes acaba, provocando a morte das plantas em poucos dias.


Destoyer (destruidor de touceira): Combinação de um subsolador com um rotor picador de palhas, também conhecido como triton ou trincha. O resultado de seu uso é muito semelhante ao descrito para o matabrotos. Apresenta uma ótima relação custo/benefício em relação ao método tradicional, pois realiza, em uma única passada, todas as operações necessárias para a destruição da soqueira.


Cotton Mil: Trabalha atrelado à barra de tração do trator, cujo órgão ativo é responsável pelo arranquio das plantas. O equipamento arranca e/ou corta as plantas roçadas, ocasionando pequenos sulcos. Mobiliza o solo e faz com que a terra removida retorne ao local de origem e cubra o sulco inicial.


Arrancador provido de discos:  Apresenta alta eficiência no arranquio das plantas previamente rosadas e seu efeito sobre o solo consiste na formação de sulcos e camaleões. É acoplado ao sistema hidráulico do trator que atuam em pares desalinhados sobre a linha do algodão.

 

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