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Como decidir o momento de aplicar defensivos agrícolas

Atualizado: 25 de jul. de 2023


O maior desafio na hora de decidir quando aplicar os defensivos agrícolas está no fato de que, em uma média ou grande fazenda, há muitos talhões com culturas de variedades e estágios diferentes, o que resulta em muitas pragas agindo ao mesmo tempo. E para decidir o melhor momento da aplicação, é necessário que esta definição seja feita em cima de índices de infestações de pragas confiáveis.


As infestações de pragas costumam apresentar um crescimento muito rápido, podendo atingir dois níveis: o de controle e o de dano. O nível de controle significa que o ataque da praga está no momento ideal de controle, em que o produtor será compensado se investir na eliminação da praga. Já o nível de dano representa prejuízos maiores, ultrapassando o limite do número de controle aceitável. A partir daí, ao mostrar o quanto de defensivo o produtor tem em estoque e realizar a recomendação para o controle destas pragas, o Farmbox contribui para que este produtor tome decisões mais certeiras e com quase nenhuma chance de erro.


Aplicação eficaz de defensivos e estratégia de MIP

Engana-se quem acha que o controle de pragas se resume à aplicação de um defensivo. A efetividade deste processo se dá por meio da interação entre fatores, como tipos de praga, estratégia a ser usada – química ou biológica –, culturas, fatores climáticos e tecnologia de pulverização – aérea ou terrestre. A falta de domínio na aplicação de defensivos pode causar um desperdício de produtos que chega a 70%. Além da perda de insumo, não acertar o alvo correto permite que as pragas continuem atacando a lavoura, resultando em novas gerações mais resistentes aos princípios ativos.


Além do controle químico, que tem o objetivo de reduzir as populações de pragas e evitar danos às lavouras, é importante que o produtor adote outras estratégias do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Fazem parte do MIP usar o controle biológico, rotação de culturas, refúgio, rodízio de princípios ativos, adubação equilibrada e variedades adequadas. Estas ações são complementares e indicadas para diminuir o uso exclusivo de agroquímicos que, como falamos, podem tornam os insetos mais resistentes.


Condições climáticas

Acertar no manejo de pragas é fundamental para manter ou elevar o índice de produtividade da lavoura e evitar desperdício de produto e, logo, de gastos. Mas a aplicação acertada de defensivos agrícolas vai além da identificação do alvo correto e dos níveis de infestação. Outros cuidados devem ser tomados na hora da pulverização, principalmente no que diz respeito à temperatura e à velocidade do vento para que estes fatores não atrapalhem na aplicação e no desempenho do produto.


A aplicação de defensivos deve ocorrer em condições climáticas cujas temperaturas variem entre 20ºC e 30ºC, com umidade relativa do ar mínima de 60% e máxima de 95%. Além disso, as aplicações não podem ser feitas na presença de ventos com velocidade inferior a 10 km/h, sobre plantas estressadas e em caso de chuva iminente sob pena de perda da eficiência do tratamento ou de danos à cultura.


Quando o uso de defensivos é a melhor opção

Como falamos anteriormente, o não controle ou o controle incorreto das pragas é capaz de trazer grandes prejuízos financeiros para o produtor, não só pela queda da produtividade, mas também pelo gasto desnecessário com defensivos.


Para entender se é o momento ideal de tomada de decisão sobre pulverização de defensivos químicos, é preciso conhecer a densidade de uma praga e saber se ela é capaz de causar um prejuízo (dano econômico) de igual valor ao seu custo de controle. Com esses dados em mãos, o produtor consegue decidir quando e o quanto é preciso investir nesse controle.


Neste cenário, a melhor época para fazer o uso de defensivos deve ocorrer de acordo com a praga a ser combatida e a cultura a ser preservada. Confira as principais:


Soja

No caso da soja, o principal ponto de cuidado é com a ferrugem asiática, conhecida como a pior praga da cultura, capaz de causar altos índices de destruição. Para se ter uma ideia, é recomendado que o combate à praga seja feito a partir de uma ou duas aplicações de defensivos já na primeira semeadura. O indicado é que a primeira aplicação seja preventiva e é recomendado que se evite repetir a aplicação do mesmo produto em sequência mais do que duas vezes.


A mosca-branca também predomina nas lavouras de soja do Brasil. As ninfas são transparentes, ovais, medem de 0,3mm a 0,7mm, sendo amarelo-esbranquiçadas e cobertas por serosidade.

Os olhos do adulto em formação são avermelhados. A mosca libera uma substância que forma fungos que apodrecem e derrubam as folhas da soja.


A lagarta-do-cartucho ou lagarta militar também é considerada uma praga que impacta significativamente a cultura da soja. Ela provoca a raspagem das folhas, podendo haver perfurações em formatos variados causadas pelas larvas mais desenvolvidas. Em situações de grande infestação, há ataques ao colmo, ocasionando a queda da planta, ou o chamado “coração morto”.


Outra praga que precisa de atenção é o percevejo, uma espécie polífaga que ataca diversas culturas, como milho, pastagens, algodão e, claro, a soja. As ninfas e os adultos sugam continuamente a seiva, levando a planta a definhar, secar e morrer. E as plantas que sobrevivem ficam com o seu desenvolvimento comprometido. Destaca-se o dano causado pelas ninfas que, durante a sucção, inoculam um componente tóxico nas plantas, que pode bloquear a rebrota.

Quer conhecer outras pragas que atacam a plantação de soja? Acesse o nosso infográfico.


Milho

O processo de aplicação de defensivos na cultura do milho se divide entre as fases vegetativa e reprodutiva da safra. No período vegetativo, devem ser combatidos a broca da cana-de-açúcar, o pulgão do milho e a cigarrinha.

Já a atenção especial à lagarta-do-cartucho deve ser voltada durante a fase reprodutiva do milho. Ela é considerada a principal praga desta cultura, podendo reduzir a produção em até 30%, pois o seu ataque ocorre desde a emergência da planta até o apendoamento e espigamento, necessitando de uma aplicação de defensivos mais intensa.


Algodão

Na cultura algodoeira, o controle se dá, principalmente, para as seguintes pragas: curuquerê, lagartas da maçã e rosada, pulgões e bicudo-do-algodoeiro. A prevenção contra o pulgão deve ser feita ainda na semeadura, com inseticidas que tenham um efeito residual de pelo menos 20 dias. Além disso, é necessário manter o monitoramento até que as plantas alcancem os 60 dias.


Em caso de aparecimento de curuquerê, o indicador de que é momento de fazer o uso de defensivos é um desfolhamento superior a 25%. No caso das lagartas, essa tolerância é menor: 10% para a da maçã e 5% para a rosada. Os pulgões requerem cuidados em caso de mais de 20% de infestação.


Já o bicudo-do-algodoeiro é conhecido pelos produtores como o “câncer da cotonicultura”, pois é a praga de maior ocorrência e que causa mais danos às culturas de algodão. A sua capacidade de destruição é de 70% da lavoura em uma única safra. Esta taxa de dano se dá em função da grande habilidade reprodutiva e da destruição que causa à plantação, atacando já nos botões florais.


Trabalho humano e precisão

O investimento em produtos de ponta não é suficiente se a equipe não estiver à altura. É fundamental realizar manejo no momento correto para evitar que a planta fique desprotegida. Por exemplo, se o produtor atrasar a aplicação de defensivos, pode haver um escape na população de pragas, o que a deixará incontrolável. Por isso, a capacitação profissional afeta diretamente a produtividade da lavoura.


Lembre-se: o Farmbox é um grande apoio tecnológico, mas ele não dispensa a mão de obra humana e qualificada. Para conhecer as pragas e o nível de infestação, é indispensável ter um técnico que realize o monitoramento sistemático da lavoura. Aqui, o Farmbox entra em cena para garantir a precisão na análise destas informações, tornando-as úteis para o produtor.


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