Estudos estratégicos já mostram indícios de que a produtividade atual está com os dias contados.
De acordo com o Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), o controle automatizado, isto é, o uso de sistemas para gerir a utilização dos insumos das grandes plantações pode trazer resultados futuros que aumentariam em cerca de 30% a produtividade das lavouras.
Para isso, no entanto, é fundamental que haja uma revisão dos modelos atuais de produção, organizando melhor os processos e recursos disponíveis, a fim de melhorar a produtividade. Esta revisão deve ter início desde a análise de solo, passando por todos os procedimentos de semeadura, controle fitossanitários até o período pós-colheita.
Embora seja um processo de melhoria contínua o qual muitos grandes produtores precisaram implementar juntamente com sua equipe em suas propriedades, não há segredo nesse ajuste. Atualmente já se dispõe de tecnologia suficiente a ponto de gerir o uso de insumos a fim de aumentar a produtividade do hectare.
Mandamentos do Cesb para a otimização do uso de insumos
Uma cartilha proposta pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) traz “10 mandamentos” para um manejo que resulte em alta produtividade. São eles:
1. Adaptação genética: o processo de melhoramento genético associado ao uso de insumos químicos serve para promover o melhoramento da produção de sementes. No entanto, no manejo dos insumos de ordem química é preciso levar sempre em conta questões sociais como a segurança alimentar e ambiental bem como priorizar o uso modelo agrícola sustentável.
2. Adubação monitorada: a interpretação bem-feita à análise da adubação – considerando os teores-padrão da espécie de cultivo – é fundamental para é de grande importância para o correto manejo nutricional da cultura.
3. Implantação de sistemas de produção: o planejamento da agricultura é uma prática cada vez mais imprescindível entre grandes produtores rurais. A adoção deste sistema tem, por finalidade, maximizar o rendimento das culturas e, consequentemente, os lucros, além de minimizar os custos de produção, visto que esta técnica é baseada na identificação e eliminação das possíveis causas de redução da produtividade.
4. Construção e manutenção da fertilidade do solo: esse é um dos principais pontos a se levar em conta na gestão de insumos. Por meio do estudo e monitoramento de solo é possível avaliar o estado de fertilidade do local e consequentemente determinar a quantidade de nutrientes necessária para o adequado crescimento e desenvolvimento das plantas, sem que haja desperdício de insumos.
5. Adubação com micronutrientes: apesar de utilizados em pequenas quantidades, o controle e uso adequado de micronutrientes pelas culturas evita perda de produtividade das lavouras. O entendimento da dinâmica dos micronutrientes nos diferentes tipos de solo e do requerimento pelas culturas, definição de doses, fontes e estratégias de fornecimento de micronutrientes, adequadas às condições locais, são passos fundamentais para maior produtividade das lavouras e uso eficiente de insumos.
6. Semeadura de qualidade: a semeadura representa um importante papel dentro do processo de produção agrícola. A semeadura deve possibilitar o estabelecimento rápido e uniforme da população de plantas desejada. Para que isso aconteça, os insumos devem ser manejados a fim de criar um ambiente propício para que a semente entre contato com o solo, conseguindo absorver toda a água necessária para o início do processo de germinação.
7. Controle Fitossanitário: é o conjunto de medidas adotadas pela agricultura a fim de se evitar a propagação de pragas e doenças em plantações. O controle de pragas é de extrema importância para manter o processo reprodutivo da lavoura saudável.
8. Arranjo populacional das plantas: independentemente do sistema de produção, é importante remanejar os espaços da plantação para que animais, tratores e implementos agrícolas transitem entre as linhas durante a realização das práticas culturais, sem causar danos significativos à lavoura
9. Planejamento da produção: todo o gerenciamento de insumos demonstrado nos itens até então só tem efetividade mediante um sistema de planejamento. O planejamento é definido como um processo de gerenciamento que norteia a tomada de decisões. Consiste em uma atividade contínua, que implica na revisão e reajuste periódico dos planos. Em outras palavras, à medida que os planos trouxerem os resultados esperados, as decisões podem ser modificadas.
10. Responsabilidade socioambiental: considerar ações que levem em conta o meio ambiente garante, às gerações futuras, a capacidade de suprir as necessidades de produção e qualidade de vida no planeta. Por isso, gerenciar de forma adequada os insumos garante que produtos químicos, água e solo sejam usados adequadamente, aumentando assim a produtividade.
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